CPAP no Inverno: Como o Frio Pode Interferir no Conforto e Como Resolver

Quando o frio chega, muitas pessoas sentem no corpo os efeitos do ar mais seco - nariz entupido,garganta irritada e até tosses mais frequentes. Para quem usa CPAP, essas mudanças podem interferir bastante no conforto durante o sono. O que pouca gente sabe é que, com alguns ajustes simples, dá para evitar esses desconfortos e manter o tratamento funcionando bem mesmo nas noites mais geladas.
No inverno, o ar ambiente tende a ficar mais seco - especialmente em regiões com baixas
temperaturas ou em casas fechadas com pouca circulação de ar. Como o CPAP capta esse ar e o envia diretamente para as vias respiratórias, a sensação de ressecamento pode ser bastante intensa. É aí que entra o papel do umidificador do CPAP: ele ajuda a adicionar umidade ao ar, tornando a respiração mais confortável e protegendo as mucosas.
Mas não basta só ligar o umidificador - é importante saber ajustar o nível de umidificação. Se o ar estiver muito seco e você sentir a garganta arranhando ou o nariz congestionado ao acordar, talvez seja o caso de aumentar a umidificação. Por outro lado, se o nível estiver muito alto, pode haver acúmulo de água na traqueia, o que causa aquela sensação desagradável de "gotejamento" durante a noite. Por isso, vale a pena observar como seu corpo responde e ir fazendo pequenos ajustes até encontrar o ponto ideal.
Outro recurso que faz diferença nos meses frios é a traqueia aquecida. Esse acessório, que substitui o tubo convencional do CPAP, tem um sistema de aquecimento interno que mantém a temperatura do ar constante. Isso evita dois problemas comuns do inverno: a sensação de ar gelado nas vias respiratórias e o acúmulo de água dentro da mangueira - um fenômeno conhecido como condensação, que pode interromper o sono e até causar pequenos engasgos.
A traqueia aquecida funciona em conjunto com o umidificador e pode ser regulada de acordo com a temperatura ambiente. Em noites muito frias, esse conjunto faz toda a diferença para manter o conforto e evitar interrupções no uso. É especialmente útil para quem mora em regiões com invernos rigorosos ou para pacientes mais sensíveis ao ar seco.
Se você tem sentido desconforto nas últimas noites, vale revisar esses dois pontos: o nível de umidificação e o uso (ou não) da traqueia aquecida. Em muitos casos, essas simples mudanças já são suficientes para transformar a experiência com o CPAP durante o inverno.
Mais importante do que qualquer ajuste técnico é manter a constância no uso. Mesmo nos dias mais frios, o tratamento com CPAP continua sendo essencial para garantir um sono reparador e cuidar da saúde de forma integral. E com as adaptações certas, o inverno não precisa ser um obstáculo - pode até ser a estação mais aconchegante para dormir bem.
Referências:-
Borel, J.C., et al. (2012). Humidification and CPAP therapy: a review of the literature. European
Respiratory Review, 21(123), 234-241.- Rotenberg, B.W. et al. (2016). Temperature and humidification in CPAP therapy: a systematic
review. Sleep and Breathing, 20(1), 19-26.- American Academy of Sleep Medicine (2021). Clinical Practice Guidelines for CPAP Use in
Obstructive Sleep Apnea
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