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Mounjaro como tratamento da apneia do sono: o que dizem as evidências e por que o CPAP continua sendo o padrão-ouro

Mounjaro como tratamento da apneia do sono: o que dizem as evidências e por que o CPAP continua sendo o padrão-ouro 0


Nos últimos meses, tem se difundido a ideia de que o medicamento Mounjaro
poderia “tratar” ou até substituir o CPAP no tratamento da apneia obstrutiva do
sono. Essa interpretação, no entanto, é equivocada e pode levar à
desinformação.


Este texto explica de forma clara o que o Mounjaro realmente faz, quais são as
evidências científicas disponíveis e por que o CPAP continua sendo o tratamento
mais eficaz para a maioria dos pacientes com apneia do sono.


O que é o Mounjaro


O Mounjaro (nome comercial da tirzepatida) é um medicamento desenvolvido
originalmente para o tratamento do diabetes tipo 2.
Ele atua sobre dois hormônios relacionados ao controle da glicose e do apetite
(GLP-1 e GIP), promovendo melhora do metabolismo e significativa redução de
peso corporal.
Devido a esse efeito sobre o peso, o Mounjaro passou a ser estudado também
em pessoas com obesidade e apneia obstrutiva do sono (AOS), já que o
excesso de gordura corporal é um dos fatores que agravam o colapso das vias
aéreas durante o sono.


O que os estudos mostraram


Ensaios clínicos recentes, como o estudo SURMOUNT-OSA, investigaram o uso
da tirzepatida em adultos com obesidade e AOS moderada ou grave.
Os principais resultados foram:
 Redução média de 18% do peso corporal;
 Diminuição do índice de apneia-hipopneia (IAH) em cerca de 55 a
63% em comparação com placebo;
 Melhora na sonolência diurna e na qualidade de vida relatada pelos
participantes.

Esses achados mostram que a tirzepatida pode melhorar a gravidade da
apneia em pessoas com obesidade. No entanto, essa melhora está diretamente
associada à perda de peso, e não a um efeito direto sobre as vias respiratórias.


Por que o Mounjaro não substitui o CPAP


A apneia do sono tem múltiplas causas. O excesso de peso é apenas uma delas.
Mesmo indivíduos com peso normal podem apresentar apneia devido a
alterações anatômicas, flacidez muscular ou características estruturais da via
aérea superior.
O Mounjaro atua de forma indireta, reduzindo a gordura corporal e, com isso,
diminuindo a resistência das vias respiratórias.
Mas ele não impede o fechamento mecânico da via aérea durante o sono, que
é o principal mecanismo da apneia.
O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure), por sua vez, atua
diretamente sobre esse mecanismo. O aparelho fornece um fluxo contínuo de ar
pressurizado, mantendo a via aérea aberta e prevenindo as pausas respiratórias.
Por isso, até o momento, nenhum tratamento farmacológico demonstrou
substituir completamente a eficácia do CPAP em pacientes com apneia
moderada ou grave.


O papel do CPAP no tratamento


O CPAP continua sendo considerado o padrão-ouro no tratamento da apneia
obstrutiva do sono.
Estudos de alta qualidade demonstram que o uso regular do CPAP:
 Reduz o índice de apneia-hipopneia para valores normais em grande
parte dos pacientes;
 Melhora a oxigenação e o sono profundo;
 Diminui a sonolência diurna e o risco de acidentes;
 Reduz complicações cardiovasculares associadas à apneia.

Apesar disso, a adesão ao tratamento é um desafio. O acompanhamento
profissional é essencial para ajustar a máscara, a pressão e o conforto do
paciente, garantindo o uso adequado.
Tratamento combinado: a abordagem mais eficaz
Em muitos casos, o melhor resultado vem da associação entre o CPAP e o
controle de peso.
Pacientes com apneia e obesidade podem se beneficiar do uso de
medicamentos como a tirzepatida, desde que sob acompanhamento médico e
sem interrupção do CPAP.
Após uma perda de peso significativa, o paciente deve realizar nova avaliação
do sono, para verificar se há necessidade de ajuste da pressão do CPAP ou se
é possível considerar redução do uso, sempre com supervisão profissional.
Essa abordagem integrada — envolvendo controle de peso, uso correto do
CPAP, prática de atividade física e hábitos saudáveis — é a forma mais segura
e eficaz de tratar a apneia do sono.


Conclusão


O Mounjaro representa um avanço importante no tratamento da obesidade e
pode contribuir para a melhora da apneia obstrutiva do sono em pessoas com
excesso de peso.
Contudo, não há evidências científicas suficientes para afirmar que o
medicamento substitui o CPAP.
O CPAP continua sendo o tratamento de referência, por atuar diretamente na
causa da apneia e garantir controle imediato dos eventos respiratórios durante o
sono.
Portanto, o Mounjaro deve ser visto como um possível aliado, e não como
substituto, no tratamento da apneia do sono.


Referências

  1. Eli Lilly and Company. Tirzepatide reduced sleep apnea severity by
    nearly two-thirds in adults with obesity and obstructive sleep apnea.
    Investor.lilly.com. 2024. Disponível em: https://investor.lilly.com
  2.  University of the Sunshine Coast. The weight-loss drug Mounjaro has
    been approved to treat sleep apnoea: how does it work? USC News. 2025.
    Disponível em: https://www.usc.edu.au
  3.  Wang Y et al. Glucagon-like peptide-1 receptor agonists for obstructive
    sleep apnea: A systematic review and meta-analysis. Sleep Medicine
    Reviews. 2024; 75:101834. Disponível em:
    https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/40144943
  4.  Cleveland Clinic Journal of Medicine. Treatments for obstructive sleep
    apnea: CPAP and beyond. ConsultQD. 2024. Disponível em:
    https://consultqd.clevelandclinic.org
  5. National Center for Biotechnology Information (NCBI). Continuous
    Positive Airway Pressure for Obstructive Sleep Apnea. NCBI Bookshelf.
    2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK195810/
  • Oxigenar Equipamentos Médicos
Acompanhamento Fisioterapêutico no Tratamento com CPAP: Por que Isso é Tão Importante?

Acompanhamento Fisioterapêutico no Tratamento com CPAP: Por que Isso é Tão Importante? 0


Se você usa CPAP para tratar a apneia do sono, já deve ter percebido que não
basta só ligar o aparelho e dormir. Adaptar-se a essa terapia pode levar um
tempinho, e é aí que entra o Fisioterapeuta do sono. Esse profissional pode
ajudar você a ter uma experiência muito mais confortável e eficaz com o CPAP.
Vamos falar um pouco sobre isso?


O Que o Fisioterapeuta Faz no Seu Tratamento com CPAP?


O fisioterapeuta do sono é um grande aliado nessa jornada e pode ajudar em
várias etapas do tratamento:


 Ajudando na adaptação ao CPAP: No começo, muita gente estranha a
máscara ou sente desconforto. O fisioterapeuta ajuda a escolher a melhor
máscara para você, irá orientar sobre como usar o CPAP corretamente,
esclarecer dúvidas e dar dicas valiosas para tornar o tratamento mais fácil.


 Acompanhando seu progresso: O CPAP registra dados importantes
sobre o seu sono, como o índice de eventos respiratórios (IAH) e o tempo
de uso. O fisioterapeuta analisa essas informações e, se necessário, faz
ajustes para melhorar sua experiência.


 Resolvendo desconfortos: Ressecamento no nariz, irritação na pele ou
sensação de ar escapando da máscara? Tudo isso pode ser ajustado com
algumas mudanças simples que o fisioterapeuta pode indicar.


Por Que Manter a Terapia em Dia?


Manter seu CPAP sempre bem cuidado e funcionando direitinho faz toda a
diferença no tratamento. Aqui estão alguns pontos importantes:


 Higiene do equipamento: Máscara, tubo e reservatório de água
precisam ser limpos regularmente para evitar fungos e bactérias que
podem causar infecções.

 Troca de peças desgastadas: Peças como a almofada da máscara e os
filtros do aparelho têm uma vida útil. Trocar esses itens no tempo certo
garante que o CPAP continue eficiente.


 Revisões periódicas: Mudanças no seu peso, no padrão respiratório ou
algum desconforto podem indicar a necessidade de ajustes no
tratamento. Consultar um fisioterapeuta regularmente garante que o
CPAP continue adequado para você.


Usar o CPAP pode transformar sua qualidade de vida, mas é essencial ter o
acompanhamento certo para garantir que tudo funcione bem. Com o suporte de
um fisioterapeuta do sono, você pode evitar problemas, melhorar seu conforto e
garantir que a terapia seja realmente eficaz.
Se precisar de ajuda ou tiver dúvidas sobre seu tratamento, não hesite em
procurar um profissional especializado. Seu sono e sua saúde agradecem!


Referências:
Epstein, L. J., et al. (2009). Clinical guideline for the evaluation, management and
long-term care of obstructive sleep apnea in adults. Journal of Clinical Sleep
Medicine, 5(3), 263-276.
Meira, E., & Krieger, J. (2019). Advances in CPAP therapy for obstructive sleep
apnea. Sleep Medicine Reviews, 47, 13-24.
McEvoy, R. D., et al. (2016). CPAP for prevention of cardiovascular events in
obstructive sleep apnea. New England Journal of Medicine, 375(10), 919-931.

  • Oxigenar Equipamentos Médicos
A Importância da Troca dos Acessórios do CPAP para a Qualidade do Tratamento.

A Importância da Troca dos Acessórios do CPAP para a Qualidade do Tratamento. 0


O CPAP é um dispositivo fundamental no tratamento da apneia obstrutiva do
sono (AOS), garantindo a manutenção da via aérea aberta durante o sono. No
entanto, a eficácia do tratamento depende não apenas do uso regular do
equipamento, mas também da manutenção e substituição periódica de seus
acessórios. Máscaras, traqueias e filtros desgastados podem comprometer a
terapia, reduzir a eficácia do tratamento e aumentar o risco de infecções.


Por Que Trocar os Acessórios do CPAP Regularmente?


Os acessórios do CPAP estão em contato constante com a pele, mucosas e ar
inspirado. Com o tempo, esses componentes acumulam sujeira, óleos naturais
da pele, umidade e microrganismos, o que pode levar a diversos problemas:


Redução da Eficácia do Tratamento


Máscaras desgastadas podem perder a vedação, resultando em vazamentos de
ar que comprometem a pressão terapêutica. Traqueias danificadas ou
obstruídas podem dificultar a passagem do ar, reduzindo a eficácia do
tratamento.


Risco Aumentado de Infecções


O ambiente úmido das traqueias e dos reservatórios de umidificadores favorece
a proliferação de bactérias e fungos, aumentando o risco de infecções
respiratórias. A não substituição periódica dos filtros pode comprometer a
qualidade do ar inalado, favorecendo alergias e problemas respiratórios.


Com Que Frequência os Acessórios Devem Ser Substituídos?


As recomendações para a troca dos acessórios do CPAP variam de acordo com
o fabricante e o uso individual, mas diretrizes gerais sugerem:
 Máscaras e almofadas faciais: a cada 3 a 6 meses.
 Traqueias: a cada 6 a 12 meses.

 Filtros descartáveis: mensalmente ou conforme necessário.
 Filtros reutilizáveis: semanalmente (lavagem) e substituição a cada 6
meses.
 Reservatórios do umidificador: a cada 6 meses.


A troca regular dos acessórios do CPAP é essencial para manter a eficácia do
tratamento da apneia do sono, garantir o conforto do usuário e prevenir
problemas de saúde. Seguir as recomendações dos fabricantes e manter uma
rotina adequada de higienização pode fazer toda a diferença na adesão e nos
benefícios da terapia.


Referências Bibliográficas
CAMERON, R. J., et al. "The role of CPAP filters in reducing airborne
contamination." Respiratory Care Journal, v. 62, n. 3, p. 324-331, 2017.
KIRK, A. D., et al. "Microbial contamination and infection risk in CPAP users."
Journal of Sleep Medicine, v. 18, n. 5, p. 1123-1130, 2015.
MULHOLLAND, J. B., et al. "Effects of CPAP mask replacement on treatment
adherence and patient comfort." Sleep and Breathing, v. 22, n. 4, p. 1047-1055,
2018.
RICHARDS, G. N., et al. "Respiratory infections in CPAP users: the impact of
hygiene and equipment maintenance." European Respiratory Review, v. 29, n.
157, p. 200-210, 2020.

  • Oxigenar Equipamentos Médicos
10 Mitos e Verdades Sobre o Uso do CPAP no Tratamento da Apneia Obstrutiva do Sono

10 Mitos e Verdades Sobre o Uso do CPAP no Tratamento da Apneia Obstrutiva do Sono 0



O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) é considerado o tratamento
padrão-ouro para apneia obstrutiva do sono (AOS), uma condição crônica que
causa interrupções na respiração durante o sono e está associada a riscos
elevados de doenças cardiovasculares, metabólicas e cognitivas.
Apesar da eficácia comprovada, muitos pacientes resistem ao início ou à
continuidade do tratamento devido a crenças equivocadas. A seguir,
desmistificamos os 10 mitos mais comuns sobre o uso do CPAP, com base em
evidências clínicas e orientações de especialistas.


1. “O CPAP é desconfortável e impede o sono.”


Embora a adaptação inicial possa causar certo incômodo, a maioria dos pacientes
se acostuma ao uso em poucas semanas. A escolha correta da máscara e o
suporte técnico adequado são fundamentais para uma boa adaptação.


2. “Apenas pessoas idosas usam CPAP.”


A apneia obstrutiva do sono pode afetar pessoas de todas as idades, inclusive
jovens e crianças. Fatores como obesidade, estrutura facial, uso de álcool e
sedativos, além de histórico familiar, influenciam na ocorrência da doença.


3. “Se estou me sentindo melhor, posso interromper o uso.”


A melhora dos sintomas está diretamente relacionada ao uso contínuo do CPAP.
A apneia do sono é uma condição crônica que exige tratamento constante para
manter os benefícios alcançados.


4. “O CPAP faz barulho e atrapalha o sono.”


Os aparelhos modernos operam com níveis de ruído muito baixos, semelhantes
a um sussurro. Em muitos casos, o parceiro também relata melhora no sono,
devido à eliminação do ronco.

5. “Usar CPAP é sinal de fraqueza ou dependência.”


O uso do CPAP representa um compromisso com a própria saúde. Assim como
óculos corrigem a visão, o CPAP corrige uma dificuldade mecânica na respiração
durante o sono. Não se trata de dependência, mas de tratamento.


6. “Se não ronco, não tenho apneia.”


Nem todos os pacientes com apneia roncam. Sintomas como cansaço excessivo,
sonolência diurna, dor de cabeça matinal e alterações de humor também podem
estar presentes mesmo sem o ronco característico.


7. “Terei que usar o CPAP para sempre.”


O uso contínuo é recomendado na maioria dos casos, mas pode ser reavaliado
em situações específicas, como após perda significativa de peso ou cirurgias
corretivas. A decisão deve ser sempre baseada em nova polissonografia e
avaliação médica.


8. “O CPAP causa dependência.”


Não há qualquer efeito de dependência fisiológica. A sensação de “não conseguir
dormir sem” está relacionada à melhora na qualidade do sono e à percepção do
bem-estar, não a uma dependência real.


9. “Não consigo usar porque tenho claustrofobia.”


Existem diferentes modelos de máscara, incluindo as que cobrem apenas as
narinas. Além disso, a dessensibilização gradual e o acompanhamento
profissional ajudam pacientes com ansiedade ou claustrofobia a se adaptarem ao
tratamento.


10. “O tratamento é caro e inacessível.”


Apesar do custo inicial, o tratamento com CPAP tem excelente custo-benefício,
considerando a prevenção de complicações graves de saúde. Há também opções
de aluguel, financiamento e cobertura por planos de saúde.
O sucesso do tratamento com CPAP depende não apenas da prescrição médica,
mas da compreensão do paciente sobre a importância do uso contínuo. Combater

os mitos é essencial para melhorar a adesão e, consequentemente, a qualidade
de vida das pessoas com apneia obstrutiva do sono.


Referências
• EPSTEIN, L. J. et al. Clinical guideline for the evaluation, management and
long-term care of obstructive sleep apnea in adults. Journal of Clinical Sleep
Medicine, v. 5, n. 3, p. 263-276, 2009.
• PEPPARD, P. E. et al. Increased prevalence of sleep-disordered breathing in
adults. American Journal of Epidemiology, v. 177, n. 9, p. 1006-1014, 2013.
• RAMAR, K. et al. Clinical practice guideline for the treatment of obstructive
sleep apnea with positive airway pressure therapy. Journal of Clinical Sleep
Medicine, v. 11, n. 10, p. 1189-1201, 2015.
• WEAVER, T. E.; GRUNSTEIN, R. R. Adherence to continuous positive airway
pressure therapy: the challenge to effective treatment. Proceedings of the
American Thoracic Society, v. 5, n. 2, p. 173–178, 2008.
• YOUNG, T.; SKATRUD, J.; PEPPARD, P. E. Risk factors for obstructive sleep
apnea in adults. JAMA, v. 291, n. 16, p. 2013-2016, 2004.
• BAKKER, J. P. et al. CPAP treatment for obstructive sleep apnea: patient
adherence and therapy effectiveness. Journal of Clinical Sleep Medicine, v. 15,
n. 1, p. 121–130, 2019.

  • Oxigenar Equipamentos Médicos
Hipertensão e Apneia do Sono: uma relação perigosa para a saúde cardiovascular

Hipertensão e Apneia do Sono: uma relação perigosa para a saúde cardiovascular 0

A hipertensão arterial é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo e representa um dos principais fatores de risco para complicações cardiovasculares, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca. Trata-se de uma condição silenciosa, que muitas vezes se desenvolve de forma assintomática, mas exerce grande impacto sobre a saúde dos vasos sanguíneos e do coração. Estima-se que aproximadamente um terço da população adulta brasileira seja hipertensa, e o controle adequado da pressão arterial é um dos maiores desafios de saúde pública.

Nos últimos anos, pesquisadores têm identificado a apneia obstrutiva do sono (AOS) como um dos fatores associados ao desenvolvimento e à piora da hipertensão. A AOS é caracterizada por repetidas pausas na respiração durante o sono, decorrentes do colapso parcial ou total das vias aéreas superiores. Essas interrupções provocam quedas nos níveis de oxigênio no sangue (dessaturações), despertares frequentes e fragmentação do sono, afetando a saúde de forma sistêmica. 

O elo entre a hipertensão e a apneia do sono pode ser explicado por diversos mecanismos fisiopatológicos. Durante os episódios de apneia, ocorre ativação do sistema nervoso simpático, levando à liberação de adrenalina e noradrenalina, hormônios que aumentam a frequência cardíaca e promovem vasoconstrição. Esse estímulo repetitivo, noite após noite, contribui para elevação persistente da pressão arterial, mesmo durante o dia. Além disso, a hipóxia intermitente estimula processos inflamatórios, aumento do estresse oxidativo e disfunção endotelial, todos fatores que prejudicam a regulação da pressão sanguínea. 


Outro aspecto importante é que pacientes com AOS frequentemente apresentam resistência ao tratamento anti-hipertensivo, ou seja, mesmo com o uso de medicamentos, a pressão arterial pode permanecer elevada. Isso reforça a necessidade de investigar a presença de apneia do sono em indivíduos hipertensos, especialmente naqueles que não conseguem atingir o controle adequado da pressão. Estudos apontam que até 50% dos pacientes com AOS apresentam hipertensão, e que o tratamento com CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) pode ajudar a reduzir os níveis pressóricos, principalmente em casos de hipertensão resistente. 


Portanto, entender essa relação é fundamental não apenas para o diagnóstico e tratamento da hipertensão, mas também para a abordagem integral do paciente. O tratamento da apneia do sono, aliado ao acompanhamento médico, uso adequado de medicamentos e mudanças no estilo de vida, pode representar uma importante estratégia para reduzir riscos cardiovasculares e melhorar a qualidade de vida.

 

 

Referências 
● SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Diretriz Brasileira de Hipertensão 
Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2020;116(3):516-658. 
● SOCIEDADE BRASILEIRA DO SONO. Recomendações para o diagnóstico e 
tratamento da Apneia Obstrutiva do Sono em adultos. Revista Brasileira de Medicina 
do Sono. 2022. 
● PEPPARD, P. E. et al. Prospective study of the association between sleep-disordered 
breathing and hypertension. New England Journal of Medicine. 
2000;342(19):1378-1384. 
● FLETCHER, E. C. Sympathetic activity and blood pressure in the sleep apnea 
syndrome. Respiration Physiology. 2000;119(2-3):171-179.

  • Oxigenar Equipamentos Médicos
Como o concentrador de oxigênio garante oxigênio puro ao paciente

Como o concentrador de oxigênio garante oxigênio puro ao paciente 0


O concentrador de oxigênio é um equipamento médico desenvolvido para 
fornecer oxigênio suplementar a pessoas que apresentam doenças respiratórias 
crônicas, como a DPOC, fibrose pulmonar, insuficiência respiratória ou apneia 
do sono associada à hipoxemia. Diferente do cilindro de oxigênio, que armazena 
o gás já comprimido, o concentrador é capaz de produzir o oxigênio em tempo 
real, utilizando o ar ambiente.  


Como é feita a entrega do oxigênio  


O funcionamento do concentrador ocorre por meio de um sistema de filtros e 
peneiras moleculares. O ar atmosférico é composto por aproximadamente 21% 
de oxigênio, 78% de nitrogênio e pequenas quantidades de outros gases.  
O equipamento capta esse ar, remove o nitrogênio por meio de peneiras de 
zeólita e concentra o oxigênio, disponibilizando-o em níveis terapêuticos. Esse 
oxigênio é entregue ao paciente de forma contínua, através de cânula nasal ou 
máscara, com fluxo ajustado conforme a prescrição médica. Assim, o paciente 
recebe a quantidade correta de oxigênio necessária para manter sua saturação 
em níveis seguros.  


Pureza do oxigênio  


Um dos pontos centrais na oxigenoterapia é a pureza do oxigênio fornecido. Os 
concentradores médicos garantem oxigênio com pureza entre 87% e 95%, 
dependendo do modelo e da taxa de fluxo utilizada. Essa faixa de pureza está 
de acordo com os padrões internacionais de qualidade e segurança para uso 
clínico. Vale destacar que somente concentradores aprovados por órgãos de 
saúde devem ser utilizados para tratamento, já que equipamentos recreativos ou 
sem certificação não asseguram a pureza adequada para fins terapêuticos.  


Vantagens em relação ao cilindro  


O uso do concentrador de oxigênio traz diversas vantagens quando comparado 
ao cilindro: - Autonomia: funciona de forma contínua, sem necessidade de 
recargas, utilizando o ar ambiente. - Segurança: não há risco relacionado à alta 
pressão, presente nos cilindros de oxigênio. - Praticidade: pode ser usado 24 
horas por dia, de maneira ininterrupta. - Custo-benefício: reduz gastos logísticos 
e operacionais, já que elimina o transporte e a recarga de cilindros.  


Cuidados importantes  


Para garantir a eficácia e a segurança do tratamento, alguns cuidados são 
fundamentais: - Higienizar regularmente o copo umidificador e a cânula nasal. - 
Manter os filtros do equipamento limpos e substituí-los conforme orientação 
técnica. - Realizar revisões preventivas e corretivas junto à assistência técnica 
autorizada. - Seguir sempre a prescrição médica em relação ao fluxo de oxigênio 
indicado.  


Em Resumo 


O concentrador de oxigênio representa uma solução moderna, prática e segura 
para pacientes que necessitam de oxigenoterapia. Ele assegura a entrega de 
oxigênio em níveis adequados de pureza, proporciona autonomia ao paciente e 
facilita o tratamento em ambiente domiciliar. Com o acompanhamento 
profissional adequado e a manutenção preventiva do equipamento, é possível 
garantir qualidade de vida e segurança ao longo da terapia.  


Referências  

 American Thoracic Society. Home Oxygen Therapy for Adults with Chronic Lung 
Disease. An Official American Thoracic Society Clinical Practice Guideline. Am J 
Respir Crit Care Med. 2020;202(10):e121-e141.  - GOLD – Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease. Global Strategy 
for the Diagnosis, Management, and Prevention of COPD. 2024 Report.  - Organização Mundial da Saúde (OMS). Medical oxygen: essential medicine for 
COVID-19 and beyond. Geneva: WHO, 2021. - Sociedade Brasileira de 
Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Diretrizes para Oxigenoterapia Domiciliar 
Prolongada (ODP). J Bras Pneumol. 2009;35(10):1018-1028. - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Diretrizes para 
Oxigenoterapia 
Domiciliar 
2009;35(10):1018-1028. 
Prolongada (ODP). J Bras Pneumol.

  • Oxigenar Equipamentos Médicos
Cuidados com a higienização de concentradores de oxigênio: evitando fungos e bactérias

Cuidados com a higienização de concentradores de oxigênio: evitando fungos e bactérias 0


Manter o concentrador de oxigênio limpo é essencial para garantir um tratamento seguro,
eficaz e livre de riscos à saúde. Isso porque o uso contínuo de oxigênio pode gerar
umidade e calor em alguns componentes, criando um ambiente ideal para a proliferação
de fungos, bactérias e outros micro-organismos.
Apesar de parecer simples, muitos pacientes acabam negligenciando a limpeza por falta
de orientação adequada. Isso pode levar a complicações respiratórias e infecções.
Neste artigo, vamos explicar como fazer a higienização correta do concentrador de
oxigênio e por que isso deve ser parte da sua rotina de cuidados.


Por que a limpeza do concentrador é tão importante?


Ao usar oxigenoterapia por períodos prolongados, principalmente com umidificação, o
aparelho pode acumular:


• Gotículas de água e resíduos orgânicos nos tubos e frascos
• Poeira nos filtros de ar
• Mofo e fungos em áreas úmidas mal ventiladas


Esses contaminantes podem causar infecções respiratórias, como sinusites, pneumonias
ou agravamento de doenças pulmonares crônicas como DPOC e fibrose pulmonar. Além
disso, o acúmulo de sujeira prejudica o desempenho do aparelho e reduz sua vida útil.


Quais partes devem ser higienizadas regularmente?


A limpeza correta envolve alguns cuidados básicos com as principais partes do
equipamento:


Frasco umidificador: deve ser lavado diariamente com água corrente e sabão neutro.
Uma vez por semana, recomenda-se desinfetar com uma solução de água e vinagre branco
(na proporção 1:1). Nunca use produtos abrasivos ou com cheiro forte.


Máscara ou óculos nasal: devem ser limpos diariamente com sabão neutro e água morna.
O enxágue deve ser completo para evitar resíduos. Se estiverem ressecados, opacos ou
deformados, é hora de substituir.


Filtro de admissão: localizado na parte traseira do aparelho. A substituição é
recomendada a cada 24 meses.


Filtro interno: em geral, deve ser substituído somente após reparos técnicos, conforme
orientação especializada.


Painel e superfície externa: devem ser higienizados com pano macio levemente
umedecido (sem encharcar) e álcool 70%.


Dicas extras para manter a segurança

  1.  Nunca utilize produtos com cloro ou alvejantes
  2.  Evite armazenar o concentrador em locais úmidos, fechados ou com poeira
  3. Certifique-se de que todos os itens estejam bem secos antes de conectá-los
    novamente ao equipamento
  4. Anote a data de troca dos componentes para manter um controle regular
  5. Em caso de dúvida, consulte a assistência técnica autorizada.


A limpeza do concentrador de oxigênio não é apenas uma questão de estética ou
conservação do equipamento. É uma etapa essencial do tratamento. Um aparelho limpo
contribui para um ambiente mais seguro, confortável e com menos riscos de complicações
respiratórias.


Referências
1. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) – Diretrizes de
Oxigenoterapia Domiciliar
2. U.S. Department of Health – Home Oxygen Therapy Safety Guidelines
3. Philips Respironics – Manual de Higienização de Equipamentos 

  • Oxigenar Equipamentos Médicos
Concentrador de oxigênio estacionário ou portátil: qual escolher e quando utilizar cada um?

Concentrador de oxigênio estacionário ou portátil: qual escolher e quando utilizar cada um? 0


Quando o uso de oxigênio suplementar se torna parte do cuidado com a saúde,
surgem dúvidas muito comuns. Entre elas, qual tipo de concentrador escolher:
estacionário ou portátil? Ambos têm o mesmo objetivo, mas atendem a
necessidades diferentes.
Neste post, vamos te ajudar a entender as diferenças e descobrir qual faz mais
sentido para cada momento da sua rotina.


O que é um concentrador de oxigênio?


É um equipamento que retira o oxigênio do ar ambiente, filtra e fornece esse gás
de forma concentrada ao paciente, de acordo com a prescrição médica. Ele pode
ser essencial em casos de doenças como DPOC, fibrose pulmonar, insuficiência
respiratória crônica, hipoxemia persistente e outras condições clínicas.


Concentrador estacionário


O concentrador estacionário é maior, mais robusto e foi desenvolvido para ficar
fixo em um cômodo da casa, geralmente próximo à poltrona ou cama. Ele
funciona ligado diretamente na tomada e pode oferecer fluxos mais altos e
constantes de oxigênio, geralmente até 5 ou 10 litros por minuto.
É recomendado para pacientes que necessitam de uso contínuo por várias horas
ao dia, que utilizam fluxo alto ou que não podem interromper a oxigenoterapia.
Também costuma ser indicado para o uso noturno, junto ao CPAP ou ventilador.
Esse modelo não é portátil e não funciona com bateria.


Concentrador portátil


O concentrador portátil é menor, leve e possui bateria. Pode ser levado em
viagens, passeios ou atividades do dia a dia. Existem modelos que funcionam
em fluxo pulsado, liberando oxigênio apenas durante a inspiração, e outros que
também oferecem fluxo contínuo, dependendo do modelo e da necessidade
clínica.
É indicado para pacientes mais ativos, que precisam de oxigênio durante
deslocamentos ou que desejam manter maior autonomia. A escolha deve
sempre levar em conta a prescrição médica e o estilo de vida de quem usa.
A autonomia da bateria varia bastante, geralmente entre 2 e 5 horas. Nem todos
os modelos portáteis oferecem fluxo contínuo, por isso a escolha deve ser
orientada por profissionais.


Como saber qual é o melhor para você


A decisão depende de vários fatores como o tempo de uso por dia, o tipo de fluxo
necessário, a autonomia desejada e o nível de mobilidade do paciente. Em
muitos casos, o ideal é contar com os dois equipamentos: o concentrador
estacionário para uso domiciliar e o portátil para deslocamentos e compromissos
fora de casa.


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para te ajudar a entender as diferenças entre os modelos e a escolher a melhor
solução para a sua saúde.
Respirar com qualidade faz toda a diferença. E você não está sozinho
nessa.


Referências
1. GOLD – Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease.
Global Strategy for the Diagnosis, Management, and Prevention of COPD.
2024 Report. Disponível em: https://goldcopd.org. Acesso em: jul. 2025.
2. COSTA, D.; PEREIRA, A. L. M.; LOPES, A. J. Oxigenoterapia domiciliar
prolongada: indicações, benefícios e limitações. Jornal Brasileiro de
Pneumologia, v. 34, n. 5, p. 363-371, 2008. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jbpneu. Acesso em: jul. 2025.
3. BARBERAN-GARCIA, A. et al. Portable oxygen concentrators:
performance and clinical use in chronic respiratory patients. Respiratory
Medicine, v. 117, p. 81–87, 2016. DOI: 10.1016/j.rmed.2016.06.006.
4. CRAPO, J. D.; KELLY, D. Long-term oxygen therapy: from evidence to
practice. Respiratory Care, v. 56, n. 8, p. 1320–1329, 2011.
5. PHILIPS RESPIRONICS. Guia do Usuário: Concentrador de Oxigênio
EverFlo e SimplyGo. Documentação técnica do fabricante. Disponível em:
https://www.philips.com.br. Acesso em: jul. 2025. 

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Vai viajar com CPAP ou oxigênio? Tudo o que você precisa saber antes de  embarcar 

Vai viajar com CPAP ou oxigênio? Tudo o que você precisa saber antes de  embarcar  0


Com a chegada das férias e dos feriados prolongados, muita gente começa a 
planejar aquela tão esperada viagem. Mas se você faz uso de equipamentos 
como CPAP, BiPAP ou oxigênio domiciliar, é natural que surjam dúvidas: Posso 
levar meu equipamento no avião? Preciso de autorização? E quanto à energia 
elétrica no destino? 


Neste post, reunimos as principais orientações para quem vai viajar com 
dispositivos de terapia respiratória, seja por terra ou ar, para garantir uma 
experiência tranquila, segura e sem contratempos. 


1. Antes de tudo: planejamento é essencial 


Ao programar uma viagem, o paciente que utiliza CPAP ou oxigenoterapia deve 
incluir o equipamento como parte da bagagem essencial, da mesma forma que 
documentos e medicamentos de uso contínuo. Considere o destino, o clima, a 
estrutura do local, o acesso à energia elétrica e à assistência técnica, se 
necessário. Em viagens longas, ter um plano B é fundamental. 


2. Vai de avião? Fique atento à documentação 


Se a viagem for de avião, a atenção deve ser redobrada. Cada companhia aérea 
tem suas regras, mas em geral, você precisa:

  • Levar a nota fiscal ou prescrição médica do equipamento;
  • Informar a companhia com antecedência (recomendado ao menos 48 horas); 
  • Levar o CPAP como bagagem de mão, nunca despachado; 
  • Ter adaptadores de tomada e extensão elétrica, principalmente em voos 
    internacionais. 


Para quem usa oxigênio: 


O contato prévio com a companhia aérea é obrigatório. Cilindros de oxigênio não 
são permitidos em voos comerciais, por questões de segurança. Por isso, o uso 
de concentrador portátil de oxigênio é a única forma autorizada de embarcar 
com terapia de oxigênio. 
É fundamental verificar diretamente com a companhia quais documentos são 
exigidos. Algumas solicitam: - Prescrição médica, descrevendo a necessidade do uso durante o voo; - Declaração de autonomia da bateria, e em alguns casos, o passageiro deve 
apresentar baterias extras compatíveis com a duração total do voo, incluindo 
escalas; - Tradução dos documentos para o inglês, especialmente em viagens 
internacionais. 
Vale lembrar que concentradores portáteis são equipamentos bivolt e não 
transportam carga de oxigênio, funcionando por meio de filtragem do ar 
ambiente. Isso garante mais segurança e praticidade tanto para o transporte 
aéreo quanto terrestre. 


3. Energia elétrica e baterias portáteis 


Verifique a voltagem do local de destino (110V ou 220V) e leve adaptadores se 
necessário. Para trajetos longos, o ideal é contar com baterias externas, 
especialmente para CPAPs portáteis ou concentradores de oxigênio com 
bateria. Esses equipamentos garantem autonomia durante deslocamentos ou 
em locais com acesso limitado à energia. 


4. Viajando de carro ou ônibus 


É possível usar o equipamento com inversores de voltagem e adaptadores 
veiculares. Se for de ônibus, consulte com antecedência a empresa sobre a 
possibilidade de uso durante o trajeto. Nunca transporte cilindros de oxigênio em 
locais fechados e sem ventilação, como porta-malas. 


5. Cuidados extras 


Leve sempre filtros extras, máscaras sobressalentes e tubos reservas. Telefones 
de assistência técnica e locação também são importantes, especialmente em 
viagens longas. Caso algo aconteça com o equipamento, você pode contar com 
o suporte da O2 Brasil, inclusive para envio emergencial de CPAPs ou 
concentradores. 
Com a preparação certa, seu tratamento continua firme mesmo nas férias. 
Se precisar, a O2 Brasil está com você em cada passo — ou em cada 
quilômetro. 


Referência


PHILIPS. Viajando com apneia do sono. Disponível em: 
https://www.philips.com.br/c-e/hs/sleep-apnea-therapy/traveling-with-sleep
apnea.html. Acesso em: 4 jul. 2025. 
ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil. Orientações sobre uso de 
concentradores portáteis de oxigênio a bordo de aeronaves. Disponível em: 
gov.br/anac. Acesso em: 4 jul. 2025. 

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Água filtrada ou destilada no CPAP? Entenda a melhor escolha

Água filtrada ou destilada no CPAP? Entenda a melhor escolha 0


Se você usa um aparelho de CPAP com umidificador, provavelmente já se 
perguntou: afinal, qual tipo de água devo usar? Filtrada ou destilada? 
Essa dúvida é comum, e entender a diferença entre elas é essencial para garantir 
a durabilidade do equipamento e a sua saúde respiratória. 


Por que a água é importante no CPAP? 


O umidificador aquece a água para gerar vapor, que ajuda a deixar o ar mais 
confortável durante a terapia, evitando ressecamento no nariz, garganta e boca. 
Isso melhora a adaptação e a qualidade do sono. 
Mas a qualidade da água usada no reservatório faz toda a diferença. 


Água destilada: a escolha recomendada 


A água destilada passa por um processo de purificação que remove minerais, 
impurezas e microrganismos. Por isso, é a mais indicada para o uso diário no 
CPAP. 
Ela ajuda a: 
 Prevenir acúmulo de minerais e calcificações no reservatório; 
 Evitar danos à resistência e aos sensores do umidificador; 
 Reduzir o risco de proliferação de bactérias e fungos. 
Importante: usar água destilada contribui para a vida útil do seu equipamento e 
a segurança da sua terapia. 


E a água filtrada? 


A água filtrada pode ser uma opção emergencial em situações pontuais — por 
exemplo, se você estiver viajando ou sem acesso à água destilada. No entanto, 
ela ainda pode conter: 
 Minerais (como cálcio e magnésio); 
 Resíduos orgânicos; 
 Pequenas partículas que não são totalmente removidas por filtros 
comuns. 
Essas substâncias, com o tempo, podem danificar o equipamento ou favorecer 
o surgimento de biofilme (camada de micro-organismos) no reservatório. 


O que NÃO usar de forma alguma 


Evite usar: 
 Água da torneira; 
 Água mineral; 
 Água de poço ou de galão; 
 Soro fisiológico. 
Esses líquidos contêm minerais ou compostos que podem comprometer o 
equipamento e a sua saúde. 
É normal ter dúvidas no começo do uso do CPAP — principalmente quando 
envolve o cuidado com o equipamento e a qualidade do ar que você está 
respirando todas as noites. 
Se você não tiver acesso fácil à água destilada ou estiver em dúvida sobre o que 
pode ou não usar, entre em contato com um profissional de saúde do sono ou 
com a equipe que acompanha seu tratamento. Orientações simples fazem toda 
a diferença para garantir conforto e segurança na sua terapia. 
Seu cuidado com esses detalhes mostra o quanto você está comprometido com 
seu bem-estar — e isso já é um ótimo caminho. 


REFERÊNCIAS 


AMERICAN ACADEMY OF SLEEP MEDICINE. Clinical guidelines for the 
manual titration of positive airway pressure in patients with obstructive 
sleep apnea. Westchester, IL: AASM, 2008. 
PHILIPS RESPIRONICS. Cleaning and maintenance: CPAP & BiPAP 
devices. Disponível em: https://www.philips.com. Acesso em: 25 jun. 2025. 
RESMED. Caring for your CPAP equipment. Disponível em: 
https://www.resmed.com. Acesso em: 25 jun. 2025.

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Dormir separados, amar de longe: o impacto do ronco nos casais

Dormir separados, amar de longe: o impacto do ronco nos casais 0


Você ama quem está ao seu lado — mas quando a noite chega, o som que vem da 
respiração dele (ou dela) pode ser tudo, menos tranquilo. 
O ronco é um daqueles problemas que muita gente prefere rir do que encarar. Mas quem 
convive com isso sabe: não tem nada de engraçado em passar noites em claro, acordar 
cansada, irritada, e aos poucos se distanciar de quem você ama, simplesmente porque não conseguem mais dividir a mesma cama. 
Se isso está acontecendo com você — ou se você sente que sua parceira(o) está cada vez 
mais distante por conta do seu ronco — vale a pena saber que vocês não estão sozinhos. E  mais ainda: isso tem solução. 


Quando o ronco afasta mais do que aproxima 
No Brasil, cerca de 40% dos adultos roncam com frequência, segundo dados da Associação Brasileira do Sono (2013). Em São Paulo, o estudo epidemiológico EPISONO, conduzido pelo Instituto do Sono, revelou que a apneia obstrutiva do sono — condição muitas vezes associada ao ronco intenso — atinge até 32,9% da população adulta (Tufik et al., 2010). 
O que parece uma simples dificuldade de respirar durante a noite pode se tornar um 
problema conjugal: uma das soluções mais comuns que os casais encontram é dormir em 
quartos separados, prática conhecida como “divórcio do sono”. No entanto, o que se ganha em silêncio pode se perder em afeto, proximidade e conexão emocional. 
A separação física na hora de dormir pode levar ao distanciamento afetivo. O carinho 
noturno, o toque, a conversa antes de adormecer — tudo isso pode se perder quando o 
ronco se impõe como uma barreira entre os dois. 


Dormir mal também desgasta o relacionamento 
Estudos mostram que parceiros de pessoas que roncam têm menor eficiência no sono, 
chegando a perder até uma hora de descanso por noite. Isso causa irritabilidade, fadiga e 
perda de libido — fatores que alimentam o desgaste emocional da relação. 
Além disso, a privação crônica de sono pode reduzir a empatia entre os parceiros e 
aumentar o número de conflitos, como apontado por pesquisas realizadas na Universidade 
da Califórnia (Ben Simon & Walker, 2018). No Brasil, especialistas da Associação Brasileira 
do Sono destacam que os distúrbios respiratórios noturnos estão entre os principais fatores 
de estresse conjugal, atrás apenas de questões financeiras e relacionamentos 
extraconjugais. 


Mas o ronco tem tratamento — e o amor agradece 
Quando o ronco está associado à apneia do sono, o tratamento mais indicado é o uso do 
CPAP — um equipamento que mantém as vias aéreas abertas durante o sono, promovendo 
uma respiração regular e silenciosa. 
E os benefícios não são apenas clínicos, são também afetivos: 
• Pacientes voltam a dormir profundamente; 
• Parceiros retomam a qualidade de vida e o descanso noturno; 
• A convivência melhora, o humor se estabiliza e o relacionamento ganha 
fôlego. 


Clínicas especializadas e relatos observacionais mostram que muitos casais conseguem 
voltar a dormir juntos após o início do tratamento com CPAP. Mais do que um aparelho, ele se torna uma ferramenta de reconexão para quem havia perdido o sono — e o companheirismo. 


Neste Dia dos Namorados, talvez o melhor presente seja o silêncio 
Talvez o presente mais valioso não seja uma joia, um jantar ou uma viagem. 
Talvez seja voltar a dormir juntos — e bem. 
Talvez seja conversar sobre um problema que vem sendo ignorado, mas que já deixou 
marcas. 
Talvez seja procurar tratamento e reencontrar a conexão que parecia estar se perdendo. 

Na O2 Brasil, entendemos que cuidar do sono é também cuidar do relacionamento. Por 
isso, oferecemos tudo o que você precisa para tratar a apneia do sono, promovendo: 
• A recuperação do sono e da disposição; 
• A redução do estresse, irritabilidade e da distância emocional; 
• Mais saúde, qualidade de vida e bem-estar para o casal. 
Se o ronco está afastando vocês, talvez seja hora de aproximar com silêncio. 
Um silêncio cheio de cuidado, descanso e reconexão. 


Referências 
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO SONO. Recomendações para o diagnóstico 
e tratamento da síndrome da apneia obstrutiva do sono no adulto. São Paulo: Estação 
Brasil, 2013. 
• TUfIK, S. et al. Epidemiologic study of sleep disorders in the adult population 
of São Paulo, Brazil. Sleep Medicine, v. 11, n. 5, p. 447–454, 2010. 
• BEN SIMON, E.; WALKER, M. P. Sleep loss and interpersonal conflict: A 
naturalistic observational study. Journal of Neuroscience, v. 38, n. 23, p. 5567-5573, 2018.

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CPAP no Inverno: Como o Frio Pode Interferir no Conforto e Como Resolver

CPAP no Inverno: Como o Frio Pode Interferir no Conforto e Como Resolver 0

 Quando o frio chega, muitas pessoas sentem no corpo os efeitos do ar mais seco - nariz entupido,garganta irritada e até tosses mais frequentes. Para quem usa CPAP, essas mudanças podem interferir bastante no conforto durante o sono. O que pouca gente sabe é que, com alguns ajustes simples, dá para evitar esses desconfortos e manter o tratamento funcionando bem mesmo nas noites mais geladas.
 

No inverno, o ar ambiente tende a ficar mais seco - especialmente em regiões com baixas
 temperaturas ou em casas fechadas com pouca circulação de ar. Como o CPAP capta esse ar e o envia diretamente para as vias respiratórias, a sensação de ressecamento pode ser bastante intensa. É aí que entra o papel do umidificador do CPAP: ele ajuda a adicionar umidade ao ar, tornando a respiração mais confortável e protegendo as mucosas.

 

 Mas não basta só ligar o umidificador - é importante saber ajustar o nível de umidificação. Se o ar estiver muito seco e você sentir a garganta arranhando ou o nariz congestionado ao acordar, talvez seja o caso de aumentar a umidificação. Por outro lado, se o nível estiver muito alto, pode haver acúmulo de água na traqueia, o que causa aquela sensação desagradável de "gotejamento" durante a noite. Por isso, vale a pena observar como seu corpo responde e ir fazendo pequenos ajustes até encontrar o ponto ideal.


 Outro recurso que faz diferença nos meses frios é a traqueia aquecida. Esse acessório, que substitui o tubo convencional do CPAP, tem um sistema de aquecimento interno que mantém a temperatura do ar constante. Isso evita dois problemas comuns do inverno: a sensação de ar gelado nas vias respiratórias e o acúmulo de água dentro da mangueira - um fenômeno conhecido como condensação, que pode interromper o sono e até causar pequenos engasgos. 

 

A traqueia aquecida funciona em conjunto com o umidificador e pode ser regulada de acordo com a temperatura ambiente. Em noites muito frias, esse conjunto faz toda a diferença para manter o conforto e evitar interrupções no uso. É especialmente útil para quem mora em regiões com invernos rigorosos ou para pacientes mais sensíveis ao ar seco.

 

Se você tem sentido desconforto nas últimas noites, vale revisar esses dois pontos: o nível de umidificação e o uso (ou não) da traqueia aquecida. Em muitos casos, essas simples mudanças já são suficientes para transformar a experiência com o CPAP durante o inverno.
 

 

Mais importante do que qualquer ajuste técnico é manter a constância no uso. Mesmo nos dias mais frios, o tratamento com CPAP continua sendo essencial para garantir um sono reparador e cuidar da saúde de forma integral. E com as adaptações certas, o inverno não precisa ser um obstáculo - pode até ser a estação mais aconchegante para dormir bem.

 


 Referências:-

Borel, J.C., et al. (2012). Humidification and CPAP therapy: a review of the literature. European
 Respiratory Review, 21(123), 234-241.- Rotenberg, B.W. et al. (2016). Temperature and humidification in CPAP therapy: a systematic
 review. Sleep and Breathing, 20(1), 19-26.- American Academy of Sleep Medicine (2021). Clinical Practice Guidelines for CPAP Use in
 Obstructive Sleep Apnea

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